sexta-feira, 20 de maio de 2011

La realidad del desarollo humano en las tres fronteras

Un ensayo sobre la realidad del desarollo humano en las tres fronteras.

   A realidade que se percebe em um primeiro momneto como foi comentado por colegas é de que o povo paraguaio quer tirar proveito em tudo, mas, o que percebemos após uma maior interação sobre esse povo é que a visão é recíproca para com os brasileiros.
   Depois de conhecer mais da realidade e da história deste povo tão sofrido e oprimido, percebe-se e entende-se que o problema do povo é social e de que estão tentando sobreviver da melhor forma possível e se reerguer ainda no pós guerra que dizimou a população masculina deste país.


Roseli Maria Reimann


ÉTICA E MORAL COMO ATITUDES DE EDUCAÇÃO

ÉTICA E MORAL COMO ATITUDES DE EDUCAÇÃO.

   Novos paradigmas da sociedade pós-moderna estão estritamente articuladas numa visão de mundo individualista ou baseados no individualismo das relações.
   O conceito da "moralidade líquida" explica as novas configurações que o meio societal satisfaz seus objetivos, prazeres, emoções e valores.
   Bauman, descreve que esta norma de conduta implíca na despersonalização ou esvaziamento das relações psico-afetivas.
   Dentro desta perspectiva de repasse dos valores pelo professor: "é tarefa de toda a sociedade e fundamentalmente  da escola fazer com que os valores se desenvolvam. Os educadores devem estar atentos a esse fato e ter clareza das implicações no cotidiano, buscando legitimar regras de convívio que auxiliem a construção de uma sociedade mais justa e igualitária." ( Rodrigues, Stélio João/ 2001).
   Segundo da perspectiva da pedagogia progressista Freiriana a educação nunca é neutra, ou seja, os valores morais e éticos funcionam como instrumento usado para duas funções.
   serve para a conformidade do sistema atual mantendo as relações de classe ou se torna prática da liberdade, isto é, educandos lidam criticamente com a realidae para poder transformar seu mundo.
   A valoração humana não pode ser concebida como algo amorfo, transparente, inodoro, em outras palavras, ela esta impregnada de ideias, de sentimentos e de ideologias.
   Conclue-se que outros fatos preponderante é a dialética de "valorizar a presença da racionalidade na esfera moral, significa ter a capacidade de dialogar, esse fator essencial a convivência democrática", como fala de Stélio João Rodrigues (2001), onde complementa com os itens dos PCN's falando que a escola "deve ser lugar onde os valores morais são pensados e refletidos, e, não meramente imposto ou fruto do hábito e onde os alunos desenvolvam a arte do diálogo".

(Trabalho desenvolvido pelo grupo 1, composto por Rafael Morgentale Disconzi; Roseli Maria Reimann; Juliano Zwaricz; Mariléia Ivatuk; Carlos Alberto Freitas; Daiana Muniz; Nelza de Andrade Moraes; Rosalba Gomes).

Aula inicial - UPAP / 2010













AXIOLOGIA DA EDUCAÇÃO - DR. STÉLIO







UNIVERSIDAD POLITÉCNICA E ARTÍSTICA DEL PARAGUAY - UPAP
RECTORADO Y FACULDAD DE ESTÚDIOS DE POSTGRADO
AVENIDA ALEJO GARCIA C/ CONSTRUCIÓN - CIUDAD DEL ESTE - PARAGUAY

Ministrante Professor Doutor Stélio João Rodrigues
Mestranda Roseli Maria Reimann - turma H

SÍNTESE CRÍTICA

    A ética como atitudes na educação já vem desde os primórdios dos tempos, na família a criança desde que nasce já deve ser entendida como gente e de tal forma respeitada.
   Tanto a família quanto na escola deve-se usar de muito diálogo, respeito, justiça, amor e compreensão para que as crianças possam assimilar e compreender os valores através de conhecimentos trabalhados  que os auxiliem a construção de sua cidadania.
   Cada pessoa deve ter a capacidade de conhecer a si próprio devendo ter consciência e valorização de sua  existência.
   A ética não nasce com os indivíduos e sim é ela é desenvolvida pelas bases da sociedade, na família e na escola.
   Na vida de nada temos certeza, somente de que nascemos e que iremos morrer e neste meio tempo é que ocorre o desenvolvimento do ser humano, pois não nascemos prontos e nem conhecedores da moral e da ética de nossa sociedade.
   Entrando neste período de desenvolvimento alguns membros da sociedade que irão atuar e contribuir na formação de um indivíduo cidadão.
   Dentro desses segmentos, destaca-se a escola como um dos principais autores modificadores de nossa história social, auxiliando-nos com metódos e processos que nos viabilizem à reconhecer qual é o papel a nós determinados dentro de suas relações sociais e culturais, de forma que esses conflitos geram alterações positivas ou negativas em nossa entidade pessoal, muitas vezes nos destacando em sermos únicos como criaturas.
   Com o auxílio da família e da escola temos a possibilidade de formarmos uma personalidade firme com nuances irrepreensíveis de comportamento, principalmente a educação tem uma forte influência da Educação Ambiental que tem como norteador permanente para preservar a qualidade de vida.
   É necessário que tenhamos consciência de que é nossa responsabilidade a preservação do meio onde vivemos, sendo importante tomarmos cuidado de praticarmos a sustentabilidade do planeta, efetuando a manutenção e conservação dos recursos naturais.
   Por isso é tão importante que as escolas trabalhem de forma multidisciplinar os conteúdos da Educação Ambiental, pois os mesmos podem ser relacionados de modo interdisciplinar e transdisciplinar em todos os momentos da aprendizagem em ambientes escolar adequando-se ao currículo escolar.
   A Educação Ambiental vem alterar de forma profunda a educação de como a conhecemos, visando não só a utilização racional dos recursos naturari do meio ambiente.
   Dentro dos princípios didáticos e pedagógicos da educação vemos que o adulto traz consigo a sua história pessoal, das suas vivências, mas, as crianças como se costuma dizer ainda são umas páginas em branco para serem escritas, para tanto a educação e principalmente com os professores tem a forte responsabilidade de rascunhar e fazer acertos nessas páginas, pois todos são gente e como tal devem ser respeitados; cidadãos de um futuro próximo a tarefa do educador de criar condições para despertar a mente do aluno,  criando situações para que o mesmo desenvolva a criatividade e o que a eles é ensinado lhes provoque um grande impacto.
   Após o professor provocar o impacto em seus alunos deverá coordenar este estado para que o aluno realize pesquisa e investigações para acomodar os conhecimentos adquiridos dessa forma e efetivá-los.
   A ética e a dignificação do ser humano engloba o sentimento de respeito que possui-se por si e para o restante dos seres vivos onde o educador deve orientar, apoiar, conscientizar, reconhecer e promover esperança para com o produto da nossa cultura e de nossa postura diante de uma sociedade emergente.
   Para tanto devemos confiar menos na tecnologia e promover o ser humano e o contato com os demais.
   Os valores que a educação trabalha devem ser considerados pois fazem parte de um complexo processo da existência cultural do indivíduo.
   Quando se cria um novo valor devemos ter em mente que ao acontecer isso não mexe somente com um indivíduo, mas que mexe num plano histórico modificando os acontecimentos temporais e em leis.
   O homem quando vem ao mundo esta inacabado e tem necessidades a ser supridas, devendo os educadores e a família trabalhar para o que o caracterize, expresse-se de forma adequada dentro dos valores axiológicos destacados pela sociedade em que convive.
   Para formarmos uma educação ideal devemos levar em conta o ambiente em que o indivíduo esta inserido valorizando a sua cultura e seus valores.
   A infância deve ser vista de uma forma especial pela sua vitalidade e força para efetuar conquistas, ela estando num meio onde tudo a estimula virá a ser um adulto preparado para efetuar mudanças radicais dentro da sociedade onde vive e com quem convive.
   As atitudes são tendências ou predisposições relativamente estáveis das pessoas para atuar de certa maneira. São as formas pelas quais cada pessoa realiza sua conduta de acordo com valores determinados.
   Para que o conhecimento se transforme em referência de atuação é preciso mobilizar todos os recursos relacionados com o componente afetivo. O papel e o sentido que pode ter o valor da sociedade, ou o respeito às minorias, não se aprende apenas com o conhecimento do que cada uma destas ideias representa.
   Muitos dos valores que se pretendem ensinar se aprendem quando são vividos de maneira natural; e por isso só é possível quando o ambiente de aula, as decisões, organizativas, as relações interpessoais, as normas de conduta, as regras de jogo e os papéis que se atribuem a uns e a outros correspondem àqueles valores que se quer que sejam aprendidos.
   Desejar que os alunos assumam como valors a tolerÂncia com os demais e a aceitação da diversidade, suas opiniões, suas maneira de ser e suas crenças exige a presença em sala de aula, de um clima em que se atue de acordo com estes princípios. Este clima deve se traduzir em atividades que impliquem conviver, que não se limitem à simples realização de trabalhos mais ou menos acadêmicos, mas que proponham tarefas em que seja necessário aceitar a diferença: trabalho em grupos, visitas, passeios, atividades recreativas, etc.
   É muito importante, os conteúdos de aprendizagem a serem avaliados não serão unicamente conteúdos associados às necessidades do caminho para a universisdade. Será necessário, também, levar em consideração os conteúdos conceituais, procedimentais e atitudinais que promovam as capacidades motoras, de equilibrio e de autonomia pessoal de relação interpessoal e de inserção social.
   A aprendizagem por mais que se apoie num processo interpessoal e compartilhado, é sempre, em última instÂncia, uma apropriação pessoal, uma questão individual. 

domingo, 8 de maio de 2011

MINUTA: REDUCCIÓN DE LO FRACASO ESCOLAR EN LAS SERIES INICIALES

UPAP – UNIVERSIDAD POLITÉCNICA Y ARTÍSTICA DE PARAGUAY.
CIUDAD DEL ESTE – PARAGUAY.
MAESTROS EN EDUCACIÓN CIENTÍFICA.







MINUTA: REDUCCIÓN DE LO FRACASO ESCOLAR EN LAS SERIES INICIALES






MESTRANDA: ROSELI MARIA REIMANN.


PY. MARZO DE 2010.
CONCEPTO DE PROYECTO:
Hay muchas causas para el fracaso de la escuela pasar las escuelas, líder no puede aprender. Esto ocurre en la aprender. Esto ocurre en la educación pública y privada, sin destino de gran preocupación de los educadores y expertos en educación.
Para comprender las causas que determinan el proceso de enseñanza y aprendizaje de escuela de fracaso del niño, asumir para los autores que tratan este asunto, tratando de comprender los aspectos bibliográficos y, a continuación, términos más conocimientos sobre este tema.
Después de ser noqueado en busca de datos reales, realizar un campo de búsqueda en el momento de su graduación en una escuela pública con un bajo nivel socioeconómico, en el municipio de Itajaí/SC; más tarde nos nuevo buscar campo en el otro lado del estado en el municipio de São José do Cedro/SC con alumnos de nivel socioeconómicos considerada medio, una socioeconómicos considerada medio, una especialización realizada y ahora para esta nueva propuesta para una maestría en Ciencias de la educación continuará con el mismo tema que sigue siendo actual y persistente bien en nuestras sociedades, pero ahora estamos llevando a cabo nuevas campo de investigación y con totalmente diferenciada de clientela anterior. Para esta tesis será recogida de estudiantes de la Educación Escolar Jacob Maran, Distrito de Jorge Lacerda, en el municipio de Dionísio Cerqueira, estado de Santa Catarina, Brasil. Los hijos de socioeconómicos niveles en la agricultura de la agricultura de subsistencia y de bajos ingresos, los alumnos que asisten a esta preparación de tesis tienen una estructura familiar muy frágil, en gran medida con la familia de desestructura y bajos valores morales, estas familias desde varias ubicaciones en la región mucho al oeste de Santa Catarina, ubicación determinada como región de tripoint, donde encontramos 3 Estados, siendo 2 Estados de Brasil (Paraná y Santa Catarina) y 1 (Posadas) del Estado Argentino.
Para comprender la historia del alumno y determinar las diversas causas que pueden conducir a la brecha y educar a han basado sobre estos datos verificados desde ahora dentro de la realidad del mismo, proponer alternativas metodológicas para la mejora del proceso de enseñanza y aprendizaje.
Después de estudiar los datos recopilados, verificaremos las lagunas fabricadas por niños a respetar su aprendizaje y lo que ejercen influencias. Así que ya estamos haciendo una idea que será necesaria que los profesionales involucrados para elaborar un plan de trabajo que ayuda al estudiante para superar sus dificultades y mostrar un mayor ingreso en su aprendizaje.
El proyecto ya tuvo su conducta en lo año de 2009 teniendo la metodología de estudio de caso y, a continuación, en 2010 para una observación práctica pedagógica del profesor regente del aula.
El objetivo de este trabajo será reducir en la escuela el fracaso de las series iniciales de lo educandário en referencias, siempre intentar trabajar con el alumno como sencillo, respetando sus visitas.
Buscaremos aproxime a su realidad, tomar la iniciativa en el proceso, motivarlos para aprender y asimilar conocimientos desarrollados. Intentando contribuir de este modo al rescate de contenido retardada y construir la autoestima de los alumnos involucrados.
Nuestra investigación tendrá lugar en el período comprendido entre el 17 de febrero y el 18 de diciembre de 2010, con el permiso de Christine Eberhardt Barichello, educación Manager, en el aula de esta maestranza. Trabajamos con los niños en tres niveles de aprendizaje (1, 2 y 3 años iniciales, entre 6 y 9 años de edad – cuando registra regularmente en la enseñanza de 09 años), donde auxiliaremos en sus dificultades con juegos y chistes, siempre teniendo en cuenta la importancia de la recuperación social de conocimientos adquiridos anteriormente.

EDUCAÇÃO, CULTURA E CURRÍCULO COMO INTERRELACIONAM-SE

UPAP – UNIVERSIDAD ARÍSTICA E POLITÉCNICA DEL PARAGUAY
CIUDAD DEL ESTE – PY
PROFESSORA ROSANA BECKER
MESTRANDA ROSELI MARIA REIMANN
TEMA: EDUCAÇÃO, CULTURA E CURRÍCULO COMO INTERRELACIONAM-SE.

Ao estudarmos sobre a educação devemos considerar as palavras de Demo e de Durkheim:
“Educação não é só ensinar, instruir, treinar, domesticar, é, sobretudo formar a autonomia do sujeito histórico competente, uma vez que, o educando não é o objetivo de ensino, mas sim sujeito do processo, parceiro de trabalho, trabalho este entre individualidade e solidariedade”. (DEMO 1996 p 16)
“A educação é a ação exercida pelas gerações adultas, sobre as gerações que não se encontrem ainda preparada para a vida social; tem por objetivo suscitar e desenvolver, na criança, certo número de estados físicos intelectuais e morais, reclamados pela sociedade política, particularmente, se destine”. (DURKHEIM 1978 p. 41)
A cultura organizacional é concebida como:
"... um conjunto de valores e pressupostos básicos expressos em elementos simbólicos, que em sua capacidade de ordenar, atribuir significações, construir a identidade organizacional, tanto agem como elemento de comunicação e consenso, como ocultam e instrumentalizam as relações de dominação" (Fleury, 1989:22).
É a maneira de viver de um povo. A cultura engloba tudo o que um povo aprende, produz e adota como hábitos de vida, sua língua, sua história, suas obras de arte, seus costumes de alimentação e suas tradições religiosas. Diferentes grupos têm diferentes culturas... (www.unicefkids.org.br/pag_texto.php).
Neste contexto não podemos deixar de citar a conceitualização de
O currículo é um dos locais privilegiados onde se entrecruzam saber e poder, representação e domínio, discurso e regulação. É também no currículo que se condensam relações de poder que são cruciais para o processo de formação de subjetividades sociais. Em suma, currículo, poder e identidades sociais estão mutuamente implicados. O currículo corporifica relações sociais. Silva (1996, p. 23).
Ao refletirmos sobre o processo de construção do conhecimento em nossas instituições escolares, não podemos deixar de lado o currículo e sua ligação com a cultura local e os aspectos ideológicos impostos pela classe dominante. O currículo, tal como a cultura, é uma zona de produtividade. Essa produtividade, entretanto, não pode ser desvinculada do caráter social dos processos e das práticas de significação. Cultura e currículo são, sobretudo, relações sociais.
Embora o currículo esteja submetido a regras, restrições, convenções e regulamentos próprios da instituição educacional, também pode ser visto como um texto e analisado como um discurso. O currículo é um espaço, um campo de produção e criação de significado. Com este instrumento se produz sentido e significado sobre os vários campos e atividades sociais.
No currículo TRABALHA-SE os sentidos e significados recebidos e materiais culturais existentes. Nesta perspectiva, devemos analisar os seguintes aspectos na discussão do currículo: a) prática de significado; b) prática produtiva; c) relação social; d) relação de poder; e) prática que produz identidades sociais. Reafirmamos portanto, a importância da função da escola no processo de construção do conhecimento.
Estes processos devem ser desenvolvidos em conjunto por alunos e professores na tentativa de responder aos desafios de sua realidade. Pois pertence à escola a responsabilidade em parte, pelo desenvolvimento do cognitivo (ao nível individual) e conceituais (no plano da produção social do conhecimento) imprescindíveis à sustentação ou a renovação da cultura.


“os professores, para implementarem nas suas aulas o princípio da inclusão, terão de possuir conhecimentos sócio-culturais sobre os diversos grupos, mas deverão ser capazes, também, de utilizar estes conhecimentos na organização curricular e no ensino, para estimularem a aprendizagem dos alunos” (ZEIICHNER, (1993: 89).
“a palavra currículo engana-nos porque nos faz pensar numa só coisa, quando se trata de muitas simultaneamente e todas elas inter-relacionadas”. Talvez uma das palavras-mito, cuja utilização consciente, na óptica de alguns, confere o modernismo e o novorriquismo de uma linguagem educativa, como lembra ZABALZA (1992: 11).
A escola, através do currículo, não pode mais desconhecer as diferenças culturais, de gênero, etnia, de cor, de sexo etc., existentes em todo o enfoque cultural. Desta forma, o currículo está intimamente ligado às questões culturais desde o momento que se faz a pergunta: Currículo é para quem? Assim sendo, o currículo é um terreno de produção cultural na qual os materiais existentes funcionam como matéria-prima de criação, recriação e, sobretudo, de contestação e transgressão.
Para Moreira e Candau (2003, p.161),a escola sempre teve dificuldade em lidar com a pluralidade e a diferença. Tende a silenciá-las e neutralizá-las. Sente-se mais confortável com a homogeneização e a padronização. No entanto, abrir espaços para a diversidade, a diferença e para o cruzamento de culturas constitui o grande desafio que está chamado a enfrentar.
Assim, o currículo, visto como texto, como discurso e matéria significante, não pode ser separado de relações de poder quando fazemos ponte com a escola. Pois ele centraliza o projeto educacional, seja crítico ou não. Pensar o currículo como ato político consiste, precisamente, destacar seu envolvimento com as relações de poder.
Partindo-se do pressuposto que todo o currículo é uma forma de poder, podemos então compreender o porquê das lutas internas e externas no Congresso Nacional para as aprovações das Leis (Diretrizes Básicas), âmbito em que ocorre o jogo das forças políticas sociais e econômicas. É nesse sentido que o currículo entra em discussão na época das aprovações da Constituição Federal de 1988 e na Lei de Diretrizes de Bases da Educação – LDB nº 9.394/96 e depois nos próprios Parâmetros Curriculares Nacionais – PCNs, do Ministério da Educação e do Desporto – MEC. Desta forma, os parâmetros curriculares mínimos são dimensões da política educacional para formação da sociedade brasileira.
Toda a discussão que foi gerada em torno dos PCNs, está voltada para as políticas curriculares com intuito de atender aos acordos feitos com o Banco Mundial e firmados na Conferência Mundial de Educação para Todos, em 1990. O propósito foi de colocar o país dentro dos eixos internacionais da globalização. O papel principal da revisão curricular é de formar mão-de-obra e o currículo escolar, assim como os demais aspectos da vida social, estão carregados e modelados por ideologias.
É neste sentido, que a seleção dos conteúdos curriculares não poderá ser adequadamente compreendida como um processo no qual participa todo o conjunto da sociedade (alguns com mais ou menos poderes, outros com maior ou menor consciência), pois selecionar, classificar, distribuir e avaliar conhecimentos põe em ação as múltiplas representações que percorrem os espaços culturais, e não somente aquelas elaboradas pelos grupos dominantes.
Estamos no meio de uma luta decisiva pela demarcação do que significa uma nova sociedade e do significado da própria identidade social que queremos ver construída. O projeto hegemônico, neste momento, é um projeto social centrado na primazia do mercado, nos valores puramente econômicos, nos interesses dos grandes grupos industriais e financeiros. Precisamos avaliar se é realmente isso que queremos.
“o currículo não é um elemento inocente e neutro de transmissão desinteressada do conhecimento social” (MOREIRA, A. F. & SILVA, T. T., 1995: 7-38)
O currículo é um dos espaços centrais desse projeto de transformação conservadora e pode ser também, se quisermos, um espaço de afirmação e construção de projetos alternativos e críticos. É no momento do currículo que se cruzam práticas de significados, identidade social e poder. Neste sentido, travam-se lutas decisivas por hegemonia, por predomínio, por definição e domínio do processo de acepção. Essas lutas são travadas através da política curricular e do discurso, sendo assim, o currículo tanto expressa as visões e os significados do projeto dominante quanto ajuda a reforçá-las, a dar-lhes legitimidade e autoridade.

Considerando os textos acima, é possível através do cotidiano escolar fazermos o trabalho da contramão, não esquecendo que, no currículo, se disputa um jogo decisivo.
O currículo escolar deve estar diretamente relacionado às expectativas multiculturais e trabalhar de forma a valorizar e respeitar as diferenças. A escola precisa abrir espaços para que estas representações, que têm sido silenciadas e excluídas na sociedade, possam entrar e conhecê-las como culturas presentes no dia-a-dia da escola. Ou seja, a escola precisa somar a teoria com a prática da realidade social.




REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
http://pt.wiktionary.org/wiki/educa%C3%A7%C3%A3o
DEMO, Pedro. Educar pela Pesquisa. Campinas/SP, Ed. Autores Associados, 1996.
DURKHEIM, Émilie. Educação e Sociologia. 1958-1917. São Paulo: Melhoramento [Rio de Janeiro] Fundação Nacional de Material Escolar, 1978.
MOREIRA, A. F. B. e CANDAU, V. M. Educação escolar e cultura(s): construindo caminhos. Revista Brasileira de Educação. N. 23, p. 156-168, 2003.
MOREIRA, A. F. & SILVA T. T. da (1995). “Socialogia e teoria crítica do currículo: uma introdução”, in MOREIRA, A. F. & SILVA T. T. -org.- Currículo, Cultura e Sociedade, S. Paulo: Cortez Editora, pp. 7-38.
PRETTO, N. D. L. Educações e culturas: em busca de aproximações. In: GARCIA, R. L., ZACCUR, E. e GIAMBIAGI, I. (Orgs.) Cotidiano: diálogos sobre diálogos. Rio de Janeiro: DP&A, 2005.
SILVA, Tomaz Tadeu da. Identidades terminais: as transformações na política da pedagogia e na pedagogia da política. Petrópolis: Vozes, 1996.
ZEICHNER, Kenneth (1993). A formação reflexiva de professores: Ideias e práticas, Lisboa: Educa.

QUALIDADE DE ENSINO E FORMAÇÃO DE PROFESSORES

QUALIDADE DE ENSINO E

FORMAÇÃO DE PROFESSORES











AUTORES:

TERESINHA MÜTZENBERG MANICA
ROSELI MARIA REIMANN














PRINCESA, 05 DE MARÇO DE 2010.
QUALIDADE DE ENSINO E A FORMAÇÃO DE PROFESSORES

Ao nos propormos a escrever sobre o tema supracitado devemos tomar alguns cuidados para que possamos atuar na defesa ou acusação do mesmo. Para tanto decidimos primeiramente definir alguns itens em conformidade com o Dicionário Aurélio que a grande maioria dos docentes possui contato em seus educandários e destacamos:
Qualidade: atributo ou condição das coisas ou das pessoas que as distinguem das outras e lhes determina a natureza;
Ensino: transmissão de conhecimentos; instrução: métodos empregados no ensino;
Formação: ato, efeito ou modo de formar; modo por que se constitui uma mentalidade, um caráter;
Docentes: que ensina; relativo a professores.
Após definirmos isso poderemos efetuar nossas conjecturas e opiniões sobre o tema em epígrafe.
Quando efetuamos a pesquisa decidimos optar pela qualidade do ensino e a formação do docente em âmbito brasileiro e nos deparamos com um estudo inédito, de âmbito nacional, sobre a relação família e escola realizada pelo Ministério da Educação, por meio do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (INEP).
Notou-se que nos últimos 40 anos os países desenvolvidos triplicaram os gastos reais por aluno e diminuíram em um terço o tamanho médio das turmas. Entretanto, não foram registrados ganhos na qualidade do ensino. A evidência empírica elaborada por Hanushek mostra que a solução está na contratação e retenção de bons professores no quadro funcional dos educandários.
Para aumentar a qualidade da educação dos brasileiros é necessário melhorar a qualidade dos professores e, ao mesmo tempo, fazer com que nossas crianças, especialmente as de famílias de baixo nível socioeconômico, cheguem às salas de aula prontas para aproveitar ao máximo aquilo que nossas escolas lhes têm a oferecer.
Por isso temos em mente a educação como direito de todos sendo que para isso nem sempre se preza a qualidade da formação do docente e nem se leva em conta características e valores pessoais dos mesmos.
Alguns pensadores já denunciavam as correntes defensoras de uma ampliação da educação a qualquer preço, temendo um enfraquecimento da cultura. Por isso o surgimento de tantos cursos que exijam o mínimo de presença possível na ministração de conteúdos, pois conta com um recurso muito difundido nos dias de hoje, a média e, podemos citar sem sombra de dúvidas a internet como um grande avanço para a ampliação da formação de professores, porque tudo que se procura está à disposição do mesmo. Professor é aquele que, professa a verdade dos conhecimentos que adquiriu e que agora repassa. O educador cultiva, cuida para que cada um possa aprender a ser. Apresenta suas formas, seus modelos, mas não precisa impô-los.
Os alunos não se deixam mais iludir. Até porque eles mesmos com os avanços tecnológicos existentes, não aceitam os profissionais apenas titulados. Exige qualidade nos cursos, pois só o diploma não garante o acesso completo ao conhecimento. Já foi o tempo em que se viveu dessa ilusão. Orientar para continuar aprendendo durante toda a vida é uma virtude da educação de boa qualidade, pois ser repassador de conteúdos já era. Para isso temos a internet com os seus acervos variados e lhe garanto trazem muita coisa melhor explicada do que a por profissionais titulados.
A educação não se faz só de cima para baixo. Alunos estimulados à indagação permanente, que recorrem a livros e laboratórios de qualidade (atualizados), tendem a tirar proveito em conseqüência de seus cursos e deve-se levar em conta que esses alunos na grande maioria possuem maior possibilidade de recursos que alguns docentes ministrantes que ficam 60 horas em sala de aula,
Vale outra referência: atinge-se a qualidade e isso é reconhecido pela comunidade da instituição, não por decreto. É a soma das considerações anteriores com as salas arejadas e confortáveis, os laboratórios moderníssimos, as bibliotecas atualizadas e com periódicos de valor, computadores de última geração, acesso fácil à internet e outros procedimentos hoje disponíveis para os bem intencionados, graças à expansão das tecnologias educacionais.
A escola é colaboradora e nunca substituta da educação dos filhos. Para tanto devemos conseguir desvincular o conhecimento de educação, dando-se responsabilidade para pais e sociedade. Nesse sentido, não pode atribuir a si um papel de exclusividade e conseqüente exclusão da outra parte, ou seja, os pais. Além da criação de uma verdadeira parceria, que gerará inúmeros benefícios às crianças e jovens, os pais podem estabelecer, com sua presença e atuação, um contato com a realidade da vida do dia-a-dia, trazendo contribuições de diversos setores da vida profissional, artística, cultural, social, refreando, assim, a tendência a esse "desligamento" do mundo tão comum ao universo escolar.
Somente o movimento de pais e educadores em busca de uma educação de qualidade impulsionará o desenvolvimento econômico e a conseqüente superação da desigualdade social existente hoje – é ilusório e ingenuamente perverso acreditar, portanto, que o desenvolvimento efetivo ocorra sem Educação, mas essa educação deverá ser sempre focada para a área de conhecimento e maturações do uso dos mesmos em prol ao crescimento da sociedade.
Melhorar a qualidade do ensino das séries iniciais, de forma a garantir a todos os alunos condições de acesso à cidadania, significa assegurar que o trabalho pedagógico do profissional da educação esteja amparado em uma boa formação acadêmica inicial que dê conta de responder a este quadro de fracasso. Para tanto se deve rever de quem é a responsabilidade social e financeira para com os anos fundamentais da educação básica, se é de competência do Estado ou dos Municípios e o que se esta sendo feito para manter e ampliar a qualidade.
Todos devem ter a chance de estudar em escolas que são iguais às melhores escolas do país. Todas as escolas devem ter o mesmo padrão de tecnologia. Todos os docentes devem ter a oportunidade de formarem-se em universidades e cursos com a alta qualidade. Assim deveria ser também com as escolas. Docentes bem remunerados, com meios de trabalho e ambiente adequados. Livros, currículo, computadores, tudo para ajudar a ter o mesmo padrão e a formar as crianças oferecendo-lhes a mesma chance. Os docentes devem ter seus salários pagos seguindo um plano nacional de educação de qualidade e a escola gerenciada pela prefeitura e pela comunidade, aberta à participação dos pais, das mães e de toda a comunidade. Fala um pouco Cristovam Buarque, em debate no plenário do Senado Federal, 10/8/2007, mas depois dessa data vemos o que foi feito pouco para melhorar muito se disse e pouco se faz, desvincular a educação básica do Estado e colocar sob responsabilidade do Município é mais fácil ainda fazer, mas repassar recursos para que efetivamente possa ser cumprida ainda não esta sendo feito de forma efetiva e correta.
Os professores acreditam que devem ser remunerados para exercerem o livre pensamento, para utilizarem o maior dom do ser humano: a razão. Os nossos professores não são professores, mas apenas empregados que por serem pagos cumprem o ofício de falar o que os outros já falaram pensar o que os outros já pensaram e escrever o que os outros já escreveram. Eles acreditam que devem, para ser um bom professor, seguir fielmente aquilo que aprenderam em seu curso de Magistério, e na sua Graduação.
Muitas pessoas sofrem uma grande decepção quando depois de alguns anos fora da escola resolvem voltar. Pois ali encontram as mesmas teorias, os mesmos autores, os mesmos conceitos e também os mesmos métodos didáticos usados há décadas. As novas tecnologias demoram muito a chegarem às escolas. Muito diferente de qualquer pequena ou média empresa, porque nas empresas usa-se sempre o que há de mais moderno. Por isso se a Federação quer tratar os educandários como empresas da forma como esta sendo feita, deve dar condições financeiras e a autonomia no uso de recursos advindos da arrecadação dos impostos pagos pelos sofridos brasileiros, só assim cada educandário deveria poder investir em setores que necessita e de desfazer de patrimônios obsoletos que atrapalham mais do que auxiliam.
Dessa maneira, porque a escola não caminha junto ao tempo real, ao hoje, ao tempo que está em tempo? Porque a escola não nos ensina coisas “usáveis” para a vida? Porque a escola não simplifica o próprio modo de ser escola? Porque a escola não se especializa em ser prazerosa? Enfim, porque nossa escola é tão ruim e os nossos professores (com algumas exceções) também? E a culpa disso deve ser atribuída a quem?
Se eu só penso por minha conta quando sou para isso remunerado, conclui-se que eu não penso. Então, se eu, que sou professor, não penso e não raciocino, como posso ensinar aos meus alunos a fazerem algo que nem mesmo eu sei o que é e que, por isso não sei fazer?
Nos cursos de pedagogia e seguindo o mesmo raciocínio, de nada adianta estudarmos Vygotsky, Piaget, Wallon, Paulo Freire, Thomas Kuhn e tantos outros grandes nomes e que realmente mudaram o mundo através de suas idéias inovadoras, para as suas respectivas épocas, se eu não utilizo os meus próprios saberes para ser, eu também, inovador na minha época.
Sem coragem e sem atitude para inovar, não há pesquisa, pois os docentes não possuem tempo para se desvencilharem das salas de aulas apinhadas de alunos e a “decoreba” se torna algo utilizável e que ainda venha de uma forma de auxiliar e a facilitar o trabalho do docente.
Devemos buscar mais, acreditar em nosso potencial. Sem pesquisa não há extensão. Sem extensão o ensino superior perde a sua razão de existir, pois não devolve para a sociedade os frutos do investimento recebido dela. Mas como far-se-á isso se não se possui os recursos adequados e os docentes necessitam retirar de seus bolsos para ir atrás de uma melhor formação que deveria de feita de forma continuada e de responsabilidade do órgão onde se trabalha.
Devemos buscar autores novos, analisar se tudo aquilo que afirmam é realmente bom para a educação, sem descuidar dos autores clássicos. Nem sempre os autores têm preocupação com a educação pública gratuita e de qualidade, mas sim com o pensamento neoliberal americano de transformar a educação em um negócio que deve ser vendido.
Todo esse questionamento nos auxilia como luz para entender porque a educação que temos não evolui com o tempo. Infelizmente no ensino superior ainda reina uma ideologia política que há muito tempo não está de acordo com o mundo em que vivemos. Acredita-se que as universidades pararam no auge da guerra fria, no tempo que o mundo era dividido em esquerda e direita, capitalistas e comunistas, patrões e operários. Pergunto: porque não entendemos que o mundo não é mais igual ao mundo de 1970? Devemos vê-lo e explicá-lo como ele é na atualidade, pois há uma distância muito grande entre o mundo de 70 e o de hoje.
Entre uma das interpretações da palavra ideologia, temos: “sistema de idéias que pautam as decisões de uma pessoa”. O que devemos esperar de um sistema onde as pessoas que o fazem, pensam e decidem, do mesmo modo que pensavam e decidiam há trinta ou quarenta anos atrás? Não é de se espantar que nesse sistema as pessoas formem as suas idéias a partir de autores, valores, conceitos e fórmulas do mesmo modo que o faziam há trinta anos, e que não se abrem aos valores, conceitos e fórmulas de autores surgidos nesse espaço não aceito, não reconhecido e não percorrido por eles mas que, existiu e existe , eles querendo ou não.
Toda criança precisa da escola para aprender e não para marcar passo ou ser segregada em classes especiais e atendimentos à parte. A trajetória escolar não pode ser comparada a um rio perigoso e ameaçador, em cujas águas, os alunos podem afundar. Mas há sistemas organizacionais de ensino que tornam esse percurso muito difícil de ser vencido, uma verdadeira competição entre a correnteza do rio e a força dos que querem se manter no seu curso principal.
Priorizar a qualidade do ensino regular é, pois, um desafio que precisa ser assumido por todos os educadores. É um compromisso inadiável das escolas, pois a educação básica é um dos fatores do desenvolvimento econômico e social. Trata-se de uma tarefa possível de ser realizada, mas é impossível de se efetivar por meio dos modelos tradicionais de organização do sistema escolar.
Se hoje já podemos contar com uma Lei Educacional que propõe e viabiliza novas alternativas para melhoria do ensino nas escolas, estas ainda estão longe, na maioria dos casos, abertas a todos os alunos, indistinta e incondicionalmente. O que existe em geral são projetos.
A nosso ver é preciso mudar a escola e mais precisamente o ensino nelas ministrado. A escola aberta para todos é a grande meta e, ao mesmo tempo, o grande problema da educação na virada do século. Não sendo só isso se deve mudar o conceito de olhar a Educação como um todo e não de forma fragmentada.
Mudar a escola é enfrentar uma tarefa que exige trabalho em muitas frentes. Destacaremos as que consideramos primordiais, para que se possa transformar a escola , em direção de um ensino de qualidade.
Temos de agir urgentemente:
• Colocando a aprendizagem como o eixo das escolas, porque escola foi feita para fazer com que todos os alunos aprendam;
• Garantindo tempo para que todos possam aprender e reprovando a repetência;
• Abrindo espaço para que a cooperação, o diálogo, a solidariedade, a criatividade e o espírito crítico sejam exercitados nas escolas, por professores, administradores, funcionários e alunos, pois são habilidades mínimas para o exercício da verdadeira cidadania;
• Estimulando, formando continuamente e valorizando o professor que é o responsável pela tarefa fundamental da escola - a aprendizagem dos alunos;
• Elaborando planos de cargos e aumentando salários, realizando concursos públicos de ingresso, acesso e remoção de professores.
A primeira sugestão para que se caminhe para uma educação de qualidade é estimular as escolas para que elaborem com autonomia e de forma participativa o seu Projeto Político Pedagógico, diagnosticando a demanda, ou seja, verificando quantos são os alunos, onde estão e porque alguns estão fora da escola.
Sem que a escola conheça os seus alunos e os que estão à margem dela, não será possível elaborar um currículo escolar que reflita o meio social e cultural em que se insere. A integração entre as áreas do conhecimento e a concepção transversal das novas propostas de organização curricular considera as disciplinas acadêmicas como meios e não fins em si mesmas e partem do respeito à realidade do aluno, de suas experiências de vida cotidiana, para chegar à sistematização do saber.
Como essa experiência varia entre os alunos, mesmo sendo membros de uma mesma comunidade, a implantação de escola em tempo integral, (ex: escola com projeto AMBIAL, em Santa Catarina, Br.) é uma solução justa, embora ainda muito incompreendida pelos professores e pais, por ser uma novidade e por estar sendo ainda pouco difundida e aplicada pelas redes de ensino. De fato, se dermos mais tempo para que os alunos aprendam, eliminando a reprovação, nas passagens de um ano para outro, estaremos adequando o processo de aprendizagem ao ritmo e condições de desenvolvimento dos aprendizes - um dos princípios das escolas de qualidade para todos.
A avaliação constitui outro entrave à qualidade de ensino. É urgente suprimir o caráter classificatório da avaliação escolar, através de notas, provas, pela visão diagnóstica desse processo que deverá ser contínuo e qualitativo, visando depurar o ensino e torná-lo cada vez mais adequado e eficiente à aprendizagem de todos os alunos. Essa medida já diminuiria substancialmente o número de alunos que são indevidamente avaliados, nas escolas. Cita-se como exemplo a escola do Porto em Portugal.
A aprendizagem como o centro das atividades escolares e o sucesso dos alunos, como a meta da escola, independente do nível de desempenho a que cada um seja capaz de chegar são condições de base para que se caminhe na direção de escolas acolhedoras. O sentido desse acolhimento não é o da aceitação passiva das possibilidades de cada um, mas o de serem receptivas a todas as crianças, pois as escolas existem, para formar as novas gerações, e não apenas alguns de seus futuros membros, os mais privilegiados.
O trabalho coletivo e diversificado nas turmas e na escola como um todo é compatível com a vocação da escola de formar as gerações. É nos bancos escolares que aprendemos a viver entre os nossos pares, a dividir as responsabilidades, repartir as tarefas. O exercício dessas ações desenvolve a cooperação, o sentido de se trabalhar e produzir em grupo, o reconhecimento da diversidade dos talentos humanos e a valorização do trabalho de cada pessoa para a consecução de metas comuns de um mesmo grupo.
Além dessas sugestões, referentes ao ensino nas escolas, a educação de qualidade para todos implicam em mudanças de outras condições relativas à administração e aos papéis desempenhados pelos membros da organização escolar.
Nesse sentido é primordial que sejam revistos os papéis desempenhados pelos diretores e coordenadores, no sentido de que ultrapassem o teor controlador, fiscalizador e burocrático de suas funções pelo trabalho de apoio, orientação do professor e de toda a comunidade escolar.
A descentralização da gestão administrativa, por sua vez, promove uma maior autonomia pedagógica, administrativa e financeira de recursos materiais e humanos das escolas, por meio dos conselhos, colegiados, assembléias de pais e de alunos. Mudam-se os rumos da administração escolar e com isso o aspecto pedagógico das funções do diretor e dos coordenadores e supervisores emergem. Deixam de existir os motivos pelos quais esses profissionais ficam confinados aos gabinetes, às questões burocráticas, sem tempo para conhecer e participar do que acontece nas salas de aula.
Sabemos que, no geral, os professores são bastante resistentes às inovações educacionais. A tendência é se refugiarem no impossível, considerando que a proposta de uma educação para todos é válida, porém utópica, impossível de ser concretizada com muitos alunos e nas circunstâncias em que se trabalha, hoje, nas escolas, principalmente nas redes públicas de ensino.
A maioria dos professores tem uma visão funcional do ensino e tudo o que ameaça romper o esquema de trabalho prático que aprenderam a aplicar em suas salas de aula é rejeitado. Também reconhecemos que as inovações educacionais abalam a identidade profissional, e o lugar conquistado pelos professores em uma dada estrutura ou sistema de ensino, atentando contra a experiência, os conhecimentos e o esforço que fizeram para adquiri-los.
Os professores, como qualquer ser humano, tendem a adaptar uma situação nova às anteriores. E o que é habitual, no caso dos cursos de formação inicial e na educação continuada, é a separação entre teoria e prática. Essa visão dicotômica do ensino dificulta a nossa atuação, como formadores. Os professores reagem inicialmente à nossa metodologia, porque estão habituados a aprender de maneira incompleta, fragmentada e essencialmente instrucional. Eles esperam aprender uma prática inclusiva, ou melhor, uma formação que lhes permita aplicar esquemas de trabalho pré-definidos às suas salas de aulas, garantindo-lhes a solução dos problemas que presumem encontrar nas escolas.
Melhorar as condições da escola é formar gerações mais preparadas para viver a vida na sua plenitude, livremente, sem preconceitos, sem barreiras. Não podemos nos contradizer nem mesmo contemporizar soluções, mesmo que o preço que tenhamos de pagar seja bem alto, pois nunca será tão alto quanto o resgate de uma vida escolar marginalizada, uma evasão, uma criança estigmatizada, sem motivos.
A escola prepara o futuro e de certo que se as crianças conviverem e aprenderem a valorizar a diversidade nas suas salas de aula, serão adultos bem diferentes de nós, que temos de nos empenhar tanto para defender o indefensável.
Quanto à formação do professor já possui duas formas de se fazer uma graduação que são: de forma freqüentada (presencial) e a forma a distância (semipresencial); vemos que os matérias em ambas formações apresentadas são de excelente qualidade, a mesma vai depender do professor que está procurando esta qualificação para que torne o seu aprendizado mais eficaz, tornando-o proveitoso através da sua dedicação e persistência.
Conclui-se que para ter uma qualidade maior na educação, os departamentos educacionais (escolas) através de seus gestores devem aproveitar os bons professores que dispõem em seu quadro funcional ativo e poderem ter a liberdade de dispensar os que não produzem adequadamente; não ficando presos a uma situação de comodismo que os concursos públicos repassam a algumas pessoas, ou então que os gestores ao deparem com certas situações de insucessos em sua equipe possam ter a liberdade de encaminhar esse docente a uma reciclagem através de cursos de formação continuada, de forma não onerosa ao docente e ao educandário.
Ao se cobrar qualidade em qualquer empresa (a escola está cada vez mais sendo tratada como qual) deve colocar a disposição de seu quadro funcional cursos que ao olhar do gestor sejam necessários para sanar as defasagens encontradas no seu quadro pessoal, assim sendo ampliando a efetiva margem de sucesso rumo à qualidade educacional.














BIBLIOGRAFIA:

* Aloísio P. de Araujo e Flávio Cunha são professores da Escola de Pós-Graduação em Economia da Fundação Getúlio Vargas (EPGE/FGV). [O Estado de S. Paulo].

* Educação: Quantidade x Qualidade (Educar-se é Aprender a Pensar) Giovânia Costa. Graduanda em Filosofia pelo IFCS (UFRJ)- 2003.

* Edevaldo Alves da Silva, 70, advogado e professor, é presidente das instituições UniFMU, UniFiamFaam e Fisp e reitor do UniCEUB. Fonte: Folha de S.Paulo.

* Escalada Rumo à Educação de Qualidade. Ana Lúcia Carvalho Fujikura. Mestre em Letras - CEAr- Dlo-Fflch-USP - analcf@uol.com.br.

* Melhoria no Ensino Público e a Formação de Professores das Séries Iniciais do Ensino Fundamental. Yoshie Ussami Ferrari Leite. Docente do Departamento de Educação da Faculdade de Ciências e Tecnologia de Presidente Prudente. e-mail: yoshie@prudente.unesp.br.

*Educação e Pesquisa, Print version ISSN 1517-9702, Educ. Pesquisa. vol.30 nº.2 São Paulo May/Aug. 2004, doi: 10.1590/S1517-97022004000200016. Uma reflexão sobre a formação do professor da escola básica - José Mário Pires Azanha.

*Maria Teresa Eglér Mantoan, Universidade Estadual de campinas/ Unicamp.

*Instituto Millenium – Blog Archive – Refletindo a Educação – Espaço do leitor.

*A práxis na formação de educadores infantis – organizadoras Regina Célia de Souza e Maria Fernanda Silveira Toguazzi Borges.

*Educação Escolar: políticos, estrutura e organização: José Carlos Libâneo, João Ferreira de Oliveira, Mirza Seabra Toschi.